segunda-feira, 22 de junho de 2009

quinta-feira, 18 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

NEO-ABJECCIONISMO

O QUE É O NEO-ABJECCIONISMO


Chamo-me Luiz José Machado Gomes Guerreiro Pacheco, ou só Luiz Pacheco, se preferem. Tenho trinta e sete anos, casado, lisboeta, português. Estou na cama de uma camarata, a seis paus a dormida. É asseado, mas não recebo visitas. Também não me apetece fazer visitas. A ninguém. Estou bastante só. Perdi quase tudo.
Perdi mãe e perdi pai, que estão no cemitério de Bucelas. Perdi três filhos – a Maria Luísa, o João Miguel, o Fernando António –, que estão vivos, mas me desprezam (e dou-lhes muita razão). Perdi amigos. Perdi o Lisboa; a mulher, a Amada, nunca mais a vi. Perdi os meus livros todos! Perdi muito tempo, já. Se querem saber mais, perdi o gosto da virilidade; se querem saber tudo, perdi a honra. Roubei. Sou o que se chama, na mais profunda baixeza da palavra, um desgraçado. Sou, e sei que sou.
Mas, alto lá! sou um tipo livre, intensamente livre, livre até ser libertino (que é uma forma real e corporal de liberdade), livre até à abjecção, que é o resultado de querer ser livre em português.
(…)
E para findar esta Comunicação, remato já depressa:
Peço uma esmola.

ESTUDO em ÓLEO SOBRE PAPEL


domingo, 14 de junho de 2009

BlogPatrol Free Blog Counter, Widgets and stats